Porque me tornei ateu?

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Nossa! Essa é uma história longa que pretendo encurtá-la ao máximo.

Nasci em uma família cristã fundamentalista. Meus pais me deram, obviamente, uma criação religiosa. Sabe, não foi tão ruim assim. Tive uma infância considerada normal. Apesar de muitas regras, não sofri como muitas pessoas ao meu redor sofreram nas mãos de pais sem escrúpulos. Porém, as normas não permitiam descobrir quem realmente eu era. Na verdade eu sabia, mas, não podia contrariar. Era pecado! Rsrsr!!! Sempre me senti diferente (apesar de todos serem diferentes) do outros. Não gostava das brincadeiras dos meninos nas escolas por onde passei. Quando menor, eu vivia agarrado a minha mãe, mas, também amava muito meu pai. Nenhum dos dois foi ausente na minha formação. Eu era bastante reservado, tímido mesmo. Comecei a cantar com 5 anos de idade. Aos 7, com um temperamento nada tranquilo, minha mãe me “obrigou” a cantar na igreja. Sempre escondia a fita K7 pra que isso não acontecesse. Ahahah!!! Mas, o dia chegou. E isso era inevitável. Afinal. cantar é o que sei fazer de melhor. Depois dessa experiência não parei mais. Cantava em vários lugares, recebia convites realmente tentadores pra fazer parte do mundo gospel, etc. Fui crescendo e me apegando cada vez mais a religião. Achava o máximo me sentir parte de um grupo que parecia ser a única e última verdade. Mas, eu fui crescendo e uma questão começou a me incomodar: minha sexualidade. Eu sabia que a bíblia era explicitamente contra a homossexualidade. Então, fui lutando contra mim mesmo (como é ensinado na religião) e ficando cada vez mais infeliz. Isso contradizia a mensagem pregada que dizia: “Venha para Jesus e seja feliz!”

Em 2011, um desejo veio ao meu coração. Eu gostava muito das músicas do Diante do Trono e queria entrar na escola deles, chamada CTMDT. Bem, depois de algumas pessoas que se opuseram, finalmente consegui ir a Belo Horizonte e passar na entrevista. O que posso dizer de lá? Foi uma experiência única! Conheci pessoas maravilhosas, incríveis. Aprendi muita coisa com eles. Fiz parte de uma banda sensacional e fui ajudado a entender certas questões da minha vida que foram resolvidas lá mesmo.

Mas, não foi o suficiente.

Concluí o curso em dezembro de 2012. Algumas questões ainda não estavam resolvidas. A principal naquele momento pra mim era a homossexualidade. E foi exatamente isso que me levou a conhecer uma palavrinha mágica pouco usada desde então: DÚVIDA.

Comecei a questionar. Fui logo mergulhar na história do mundo e conhecer sobre coisas que na igreja não me falavam.

Quando li (e continuo lendo) sobre a história das religiões fiquei fascinado. E descobri tanta coisa que me diziam ser o certo e que não era. A mitologia foi um tapa na minha cara. Comecei a fazer algo que pra mim era inconcebível: Duvidar da existência do deus da bíblia. É claro que não podemos dizer que algum deus não existe. Também não podemos afirmar que fadas, duendes, o curupira e o saci pererê também.

A conclusão foi que tudo o que eu vivi na religião foi quase uma perda de tempo total.

Passei por crises no meu psicológico por causa desse choque de realidade. Algumas síndromes vieram como consequência. Fui a um psiquiatra. Ele me receitou alguns remédios. Graças a isso pude melhorar. Mas, mesmo nas crises, eu não parei de pesquisar sobre o cristianismo.

Uma coisa que me fez refletir muito foi isso: Um planeta onde 6 a 11% da população é Protestante e os outros quase 90% (ou mais, na prática) e somente os que se professam evangélicos (os que aceitaram a jesus) vão para “um lugar melhor e eterno”… é totalmente imoral e desumano. São milhares de religiões no mundo. A maioria delas conclama a verdade para si mesma. Seria muito cruel se existisse um deus e ele levasse um povo beeeeeeeeeeemmmmm pequeno (comparado ao restante) para viver eternamente com ele e condenasse os outros a uma vida de sofrimento sem fim.

Perguntaram-me uma vez: “Daniel, porque você acha que o cristianismo está aí até hoje?” Eu respondi: “As outras histórias não eram tão atraentes como a do cristianismo. Ela venceu porque conseguiu convencer as pessoas por causa do seu conteúdo detalhado. E, o principal: Ela consegui ser o que nasceu pra ser: UM GRANDE NEGÓCIO!”

Sabe, as pessoas preferem acreditar do que saber. é exatamente por isso que somos um país subdesenvolvido. E, o país onde existem mais cristãos é o mesmo com um dos maiores materiais de guerra do mundo.

A vida deveria ser mais simples. Inventamos muita coisa contra nós mesmo. Somos autodestrutivos. E isso também começa com uma expressão muito conhecida na religião, que diz: “Negue-se a si mesmo!”

Hoje, vivo livre (apesar de estarmos em um mundo de escravos) de toda essa futilidade. O universo tem bilhões de anos. A bíblia é um feto perto da idade do nosso planeta. Porque eu deveria guiar a minha vida através de um livro cheio de regras, sangue, mentiras, corrupções, prostituições, trabalho escravo, estupro, incesto, contos, etc?!?!

Bem, ainda tinha muita coisa pra falar. Mas, por enquanto é isso. Tenho sido feliz e quero continuar assim. Apesar de não acreditar nas religiões, nunca vou deixar de acreditar no ser humano e de que ele pode ser, cada dia mais, humanizado.

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